quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ela é a outra

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Eu não sou a outra. Ela é! Ela é a outra. A outra é a segunda escolha do homem que ama.  Ele dá-lhe amor, mas é um amor dividido entre ela e a sua mulher, a oficial, que apresenta a toda a família e aos amigos. Ele diz amá-la e que vai lutar por ela, quem sabe poderá deixar a mulher. Promete ficar com ela e a outra fica à espera que esse dia chegue. Mas esse dia nunca chega. Ele gosta do perigo iminente de poder ser apanhado, da adrenalina na situação traiçoeira. Ele ama-a, mas ama ainda mais a estabilidade que o seu casamento lhe dá e por isso, a sua mulher, será sempre a sua mulher, e a outra, será sempre a outra.
A outra vê o homem que mais ama, passar do outro lado da rua, de mão entrelaçada com a sua mulher, de olhar cúmplice e a sorrir. São felizes, dizem aqueles que olham o casal apaixonado. Os amigos (do casal) juram que são um casal exemplar, com um amor inabalável, que será para a vida. A outra sabe que nunca será a mulher para a vida, aquela de quem os amigos falam. Quando cai a noite, sozinha no seu quarto, na sua cama larga, que tem duas almofadas, para quando o seu amor lá dorme, ela sozinha, chora. Não o tem durante a noite. Não o pode ter. Nunca saberá o que é dormir uma noite inteira agarrada a ele e acordar no seus braços.
Muitas vezes estes homens têm filhos, uma vida estável, um casamento já duradouro, a família está construída e acabar com tudo isto é tarefa impossível. Encontram na traição a fuga à rotina, para manter muitas vezes, o seu próprio casamento. Acabam apaixonados por elas, mas jamais o vão assumir.

Aqui podem acontecer duas situações:
  • Elas não sabiam que eles eram casados, pois apresentou-se como um homem solteiro e quando o descobre já é tarde demais, já está apaixonada, ele acaba por se apaixonar também e decide contar-lhe a verdade, pois não merece ser enganada. Aí ela tem duas hipóteses: é a amante ou tem dignidade por si mesma e acaba com tudo. Perde o seu grande amor.
Ou:

  • Elas já sabiam que ele era casado, até conhecem a mulher dele, mas não escolheram o homem a quem o coração quis amar. E assim elas amam-lo em segredo, à espera do dia que possam gritar ao mundo o quanto o querem.
 Afinal quem são estas mulheres? São mulheres cegas pela paixão, que procuram um pouco de carinho e afecto de um homem que não terá muito para oferecer, a não ser uns bons momentos a dois, passados com o tic tac do relógio a contar. Não terão uma casa para partilhar. Não o poderão apresentar à família como namorado. Não poderão falar ou estar juntos sempre que querem. Será a falta de amor próprio que as sujeita a isto? A outra merece ser a principal, a oficial da vida de alguém, merece ser respeitada e amada sem condições impostas.

Agora quero o vosso feedback. Conhecem alguém que seja a/o outra/outro? O que acham que os leva a continuar nessa situação?

3 comentários:

  1. Traição é uma coisa que a mim não me faz sentido. De que serve trair a confiança de uma pessoa por um pouco de adrenalina ou emoção? Se querem isso que pratiquem um desporto, que façam alguma actividade excitante, agora prejudicar uma pessoa só por uma questão de praticamente luxo, acho completamente deplorável.
    Existe também muitos casos em que ocorre o inverso onde é a mulher que trai. Igualmente um acto completamente errado e deplorável em que em nenhum caso tem desculpa possível.

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    Respostas
    1. E se não for por adrenalina ou emoção? Se houver amor...

      Obrigada pelo comentário! :)

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    2. No meu ponto de vista não pode haver amor, simplesmente não é compatível, porque só pode haver amor por uma pessoa, se há amor por outra automaticamente nega-se o amor por outra.

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Comentários ao luar